(Sim, sei, vocês não sabem de que estou falando porque a beleza desapareceu há muito tempo. Ela desapareceu sob a superfície do barulho - barulho das palavras, barulho dos carros, barulho da música - no qual vivemos constantemente. Está submersa como a Atlântida. Dela só restou uma palavra cujo sentido é a cada ano menos inteligível.)
[Milan Kundera]

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Me leva, me leva!

Me olha de lado, estranha fagueira, tal qual fogueira vermelha pimenta.

Pimenta vermelha que arde que dói, mas que dá prazer e ajuda na vida.

Menina pimenta, boca vermelha, menina fogueira, menina e que cor.

Que cor pele branca, que boca bordeaux, que cor que vontade de beijo.

Pimenta, pimenta, vermelha quase paixão do desejo.

Pimenta do doce ardido do beijo roubado,

Pimenta vermelha do vermelho do olho apaixonado,

Pimenta do engano do belo pelo encanto errado,

Pimenta do que eu quase agarro, quase beijo, quase erro, quase quero.

E quero tanto que arde e queima.

Ah pimenta, pimenta. Não seja assim tão vermelhamente bela.

Você me engana, você me agarra e afasta.

Não seja assim tão pouco clara.

Não desperta assim o fogo dos apaixonados.

Me deixa não ser errado,

Ou me queima, e me leva de vez ao erro.

Me leva de vez ao inferno,

Ao inferno lindo de quem escolhe a vida.

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