(Sim, sei, vocês não sabem de que estou falando porque a beleza desapareceu há muito tempo. Ela desapareceu sob a superfície do barulho - barulho das palavras, barulho dos carros, barulho da música - no qual vivemos constantemente. Está submersa como a Atlântida. Dela só restou uma palavra cujo sentido é a cada ano menos inteligível.)
[Milan Kundera]

domingo, 27 de julho de 2008

Da laia do Lama

(Totonho Villeroy)

Eu sou da laia, da laia, do lama, da laia
Da lama, do lado de cá
Mas tô muito afim dessa dama
Eu quero o nirvana agora, já

Depois que Deus fez a terra
Esculpiu no barro os ossos de Adão
Retirou a parte mais bela
E fazendo a mulher inventou a paixão
Ao criar essa tal divisão
Fez o homem mover a engrenagem da história
Pra curar sua solidão e salvar sua Helena de Tróia

Mas se o homem é de barro
Cuidado com o andor, esse santo não pode quebrar
Já diria o provérbio de raro valor
Quem tem pressa vai devagar

Eu sou da laia, da laia, do lama
Da laia, da lama, do lado de cá
Mas tô muito afim dessa dama
Eu quero o nirvana agora, já

Fui descer ao porão da matéria
Beliscar alimento pagão
Revolver a humana miséria
Religar minha religião
Com os pés enterrados na lama
Busquei claridade na escuridão
Fiz o meu coração em pedaços
Colei os meus cacos e me sinto são

Pois se o homem é de barro
Cuidado com o andor esse santo não pode quebrar
Já diria o provérbio de raro valor
Quem tem pressa vai devagar
Eu sou da laia...

Eu sou da laia, da laia, do lama, da laia
Da lama, do lado de cá
Mas tô muito afim dessa dama
Eu quero o nirvana agora, já

Depois que Deus fez a terra
Esculpiu no barro os ossos de Adão
Retirou a parte mais bela
E fazendo a mulher inventou a paixão
Ao criar essa tal divisão
Fez o homem mover a engrenagem da história
Pra curar sua solidão e salvar sua Helena de Tróia

Mas se o homem é de barro
Cuidado com o andor, esse santo não pode quebrar
Já diria o provérbio de raro valor
Quem tem pressa vai devagar

Eu sou da laia, da laia, do lama
Da laia, da lama, do lado de cá
Mas tô muito afim dessa dama
Eu quero o nirvana agora, já

Fui descer ao porão da matéria
Beliscar alimento pagão
Revolver a humana miséria
Religar minha religião
Com os pés enterrados na lama
Busquei claridade na escuridão
Fiz o meu coração em pedaços
Colei os meus cacos e me sinto são

Pois se o homem é de barro
Cuidado com o andor esse santo não pode quebrar
Já diria o provérbio de raro valor
Quem tem pressa vai devagar
Eu sou da laia...

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