(Sim, sei, vocês não sabem de que estou falando porque a beleza desapareceu há muito tempo. Ela desapareceu sob a superfície do barulho - barulho das palavras, barulho dos carros, barulho da música - no qual vivemos constantemente. Está submersa como a Atlântida. Dela só restou uma palavra cujo sentido é a cada ano menos inteligível.)
[Milan Kundera]

sexta-feira, 28 de agosto de 2009



Parei de contar, faz tempo
As horas que passam no relógio,
Os tique e taques do tempo
As divisões do calendário
As noites que passei em claro
Parei de contar faz tempo.

As páginas, os livros, as letras
As músicas, os versos, os versos
Os inversos dos versos e os versos
Os sons das palavras, os sonhos,
Parei de contar faz tempo.

As citações dos livros que são tuas
Passam já despercebidas e eu leio
Como se meus olhos fossem teus
Pensando: isto se encaixa para mim
E eu não preciso tomar nota, então,
Só pra te mostrar depois.
Os inversos dos versos e os versos
Parei de contar faz tempo.

Parei de te contar faz tempo.
Mas o tempo continua, ainda que eu pare,
E com o tempo eu continuo, sem contar.
Parei de contar. Faz tempo.

4 comentários:

Crystyne Gomes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Crystyne Gomes disse...

Fico grata em saber, que minhas postagens formulam imagens á alguém.
Eu sempre domoro a postar, por falta de tempo.
'' Pare, de contar os silêncios que veem de minhas palavras.''
Beijos

Jaya Magalhães disse...

Quanto a mim, a verdade é que nunca dei conta de contar.

P-o-e-t-a!

Tua visita é bem vinda, incontáveis vezes.

Um beijo.

Autora escondida disse...

O tempo não para...

...de contar as horas que sobram pra todos nós.

Perder-se entre seus poemas é parar o relógio da vida.

É dar corda ao relógio da alma, que por muitas vezes não desperta.