(Sim, sei, vocês não sabem de que estou falando porque a beleza desapareceu há muito tempo. Ela desapareceu sob a superfície do barulho - barulho das palavras, barulho dos carros, barulho da música - no qual vivemos constantemente. Está submersa como a Atlântida. Dela só restou uma palavra cujo sentido é a cada ano menos inteligível.)
[Milan Kundera]

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A vida brilha lá fora!

Quero escrever algumas poucas linhas leves.
Uma poesia pequena que promova pululinhos.
Um poeminha bobo, que faça ficar alegre.

Sobre uma criança de cabelos cacheados
Com sardas no rosto, que peça pulando:
- Brinca comigo de pega-pega??

Sobre uma senhora que dê comida para pombos
E leia para cegos recentes, ainda analfabetos.
E fique feliz com isso, de abrir sorrisos.
Mesmo depois da morte do seu marido.

Quero fazer um poema, um pequeno conto, talvez.
Rimando ou não coisas bobas: flores, amores, bela e tarde.
Mas que faça uma menina alta, com vestido xadrez
Colher margaridas para a mesa, na qual está
Um delicioso petit-gateau com sorvete de morango!

Aos pouquinhos tomo coragem, domino a pena
E imagino namorados num piquenique,
Famílias rindo em volta de uma mesa farta,
Um casulo quebrando e dando o espaço
Para as azas azuis de uma grande borboleta.

Escreverei em minutos o meu poema.
Farei só uma pequena pausa agora,
Fez sol hoje o dia todo,
E minhas rosas devem ter sofrido,
Pequena pausa para a água fresca.
E para a vida fora do papel.

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