Tem a solidão do poeta, a paixão da chuva tardia
escultora da linha reta, que a luz percorre e esta via
salta do seu olho, é uma seta, o nascer do sol, mais um dia.
[A Fada Azul, Oswaldo Montenegro]
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Como por obra de um narrador fantástico
Os ponteiros do relógio caminharam para trás.
Segundo por algum doce, segundo por segundo, se...
Se eu quisesse assim, bem devagar no tique e taque lento
e secreto, e carinhoso.
Um sol que desce para o leste
Uma lua que nasce mais cedo
A água de quem desesquece
Um afago pro poeta com medo.
Quase um traço de pintor ausente
Certo como quase nada por ser
Meus segredos, quase todos revelados
Sem palavra minha pra dizer.
Teu 'Sou' fia tudo em tua crença,
e se acredita hermético e sozinho
O sol tem sempre sua contraparte fêmea
Sua lua, sua estrela, sua terra. Gaia.
Passarinho.