(Sim, sei, vocês não sabem de que estou falando porque a beleza desapareceu há muito tempo. Ela desapareceu sob a superfície do barulho - barulho das palavras, barulho dos carros, barulho da música - no qual vivemos constantemente. Está submersa como a Atlântida. Dela só restou uma palavra cujo sentido é a cada ano menos inteligível.)
[Milan Kundera]

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Tratado sobre a inexistência do amor perfeito – em dois parágrafos.


É que na próxima esquina, seja ela quem for, surgirá o namorado. Pessoa pensava assim, ou Bernardo Soares, que é Pessoa com uma outra carteira de trabalho. E meu Mestre é Fernando Pessoa, ele foi o melhor poeta do mundo. Ele, oh, heresia, venceu Shakespeare. Ou, se posso dizer assim, é o equivalente latino do Bardo. O fato é que na próxima esquina surge o namorado e cada vez mais nos divertimos a montar os planos de ação já planejando a saída triunfal depois da derrota.
E quando não é assim, jamais encontraremos quem admiremos completamente. O príncipe encantado existe, mas quando chega de todas as suas batalhas, invariavelmente não teve tempo de tomar um bom banho. O mundo não é um palco. O mundo é um pano esquecido na janela.

Nenhum comentário: