Em céu malhado de cinza
Porta de vidro sem tranca
Em casa vazia.
Relógia atrasado, por falta de bateria.
Última página, faltando um pedaço,
Que nem nos importaria.
Prédio vazio, sem morador,
Com guardas na portaria.
Velha sem netos, sem roupas novas,
Sem clientes, que sempre fia.
Roupa lavada, guardada, esquecida,
Cheiro de ontem, de omo, de amor.
Pétalas velhas das flores jogadas
Atrás da cortina, pro melhor ator.
Cartas não lidas, mas bem jogadas,
Astros que apontam a falha da sorte
Cada detalhe despercebido
São intermitências da morte.
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