(Sim, sei, vocês não sabem de que estou falando porque a beleza desapareceu há muito tempo. Ela desapareceu sob a superfície do barulho - barulho das palavras, barulho dos carros, barulho da música - no qual vivemos constantemente. Está submersa como a Atlântida. Dela só restou uma palavra cujo sentido é a cada ano menos inteligível.)
[Milan Kundera]

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

2016


É minha obrigação
Pedir perdão
Antecipadamente
Por descrever
A situação
Despoética da gente.

Ó, meu cidadão,
Valha-me Deus,
Me empreste teu ouvido.
Que quem não
Junta as letras
Não faz nada ter sentido.

Mais da grande parte
Da população
Só escreve o próprio nome
Ê, entende então
Por que razão
Tanto se morre de fome.

Ai, nessa nação
Cada mentira
Já nasce perdoada
E quem diz que não
No coração
Sabe que não disse nada.

Cada escola aqui
Tem mil lugares
E só tem cem estudantes
E não tem princípio
A sofridão
Da nação já nasceu antes

Mas ai, não chores não
E nem desiste,
Que no nosso mundo,
Morre chorando,
Até quem não nasce triste.

Vem, grita comigo,
Pede motivo,
Implora algum sentido.
E mesmo
Sem entender mais,
Entra no coro,
Viva os jogos mundiais!

E mesmo
Sem entender mais,
Entra no coro,
Ai, grita comigo,
Deixe as letras para trás,
Vem, com a multidão,
Sem ter razão,
Viva os jogos mundiais!

Um comentário:

Autora escondida disse...

Que lindoooooooooo!!!

Você não existe!!!