"Como pode, sem ensino
A gaivota pequenina,
Tão menina, voar pela primeira vez?"
(Oswaldo Montenegro)
Quero te ver deslapidada
Se eu fui o seu primeiro qualquer vinda é volta
Não me vem bater na porta
Dizendo pra te ensinar
Como é que se segue em frente.
Sapato de salto, rímel no olhar,
Batom no beijo e esquece da gente.
Se o primeiro beijo foi o meu, a primeira dança
Se antes de mim você ainda era criança,
Não me pede pra ensinar o teu caminho.
Chega o dia, chega a hora, em que até o ovo deixa o ninho.
E não me pede, águia, pra ensinar-te a ser um passarinho.
Não cansei de ti, não entenda mal.
É só que toda primavera tem o seu final.
Quando todos os botões conseguiram já desabrochar,
É hora, é a última hora de deixar.
Vai viver por si, flor (da idade),
Encontra outro alguém pra ser feliz.
Não cansei dos lábios, dos teus olhos,
Não cansei do teu corpo e da risada.
É que o tempo muda e eu te amo diamante,
Não assim, como que em joia transformada.
Te amo pedra bruta e sempre quero
Ver-te natural, deslapidada.
Um comentário:
Olá, Salomão! Suas palavras são de quem soube esculpir a "pedra bruta" com sapiência de mestre. Parabéns pelo blog.
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Desde já, agradeço por sua atenção!!!
G.N.
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