(Sim, sei, vocês não sabem de que estou falando porque a beleza desapareceu há muito tempo. Ela desapareceu sob a superfície do barulho - barulho das palavras, barulho dos carros, barulho da música - no qual vivemos constantemente. Está submersa como a Atlântida. Dela só restou uma palavra cujo sentido é a cada ano menos inteligível.)
[Milan Kundera]

segunda-feira, 28 de julho de 2008

E livrai-nos do mal, amém.

Eu quero entender o que é que uma mulher pode aprender.

Uma mulher que passa por coisas piores que as outras mulheres.

Uma mulher que vira mulher antes de querer.

Uma mulher que é virada mulher.

Virada.

Uma mulher que não quer virar mulher.

Uma mulher que fazem virar mulher.

Mulher.

Uma mulher que é mais forte que quase qualquer outra mulher.

Qualquer.

Uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta

O que é que essa mulher precisa aprender?

Uma mulher que, meu Deus, é tua filha.

Uma mulher que é uma filha, uma amante e uma amiga.

Uma mulher que é muitas e tem a força de várias.

Uma mulher que mantém o sorriso no rosto, sob as piores situações.

Que brilha, estrela, em céu com nuvem escura.

O que é que uma estrela merece por uma nuvem passar por ela?

Ela não queria a nuvem, ela tentou brilhar.

A nuvem não deixou, a nuvem passou por ela, impiedosa.

E ela, no lugar de apagar, brilhou.

Brilhou forte e fez questão de encantar aos olhos de quem olhava para ela.

Brilhou mais que muitas, muitas outras estrelas.

Depois da nuvem, era mais forte e poderia brilhar mais.

Não fosse seu medo de que o brilho dela a ofuscasse a ela mesma.

Estrela, fecha os olhos e brilha, e faz o Sol nascer em ti.

E livrai-nos de todo o mal.

Amém.

domingo, 27 de julho de 2008

Da laia do Lama

(Totonho Villeroy)

Eu sou da laia, da laia, do lama, da laia
Da lama, do lado de cá
Mas tô muito afim dessa dama
Eu quero o nirvana agora, já

Depois que Deus fez a terra
Esculpiu no barro os ossos de Adão
Retirou a parte mais bela
E fazendo a mulher inventou a paixão
Ao criar essa tal divisão
Fez o homem mover a engrenagem da história
Pra curar sua solidão e salvar sua Helena de Tróia

Mas se o homem é de barro
Cuidado com o andor, esse santo não pode quebrar
Já diria o provérbio de raro valor
Quem tem pressa vai devagar

Eu sou da laia, da laia, do lama
Da laia, da lama, do lado de cá
Mas tô muito afim dessa dama
Eu quero o nirvana agora, já

Fui descer ao porão da matéria
Beliscar alimento pagão
Revolver a humana miséria
Religar minha religião
Com os pés enterrados na lama
Busquei claridade na escuridão
Fiz o meu coração em pedaços
Colei os meus cacos e me sinto são

Pois se o homem é de barro
Cuidado com o andor esse santo não pode quebrar
Já diria o provérbio de raro valor
Quem tem pressa vai devagar
Eu sou da laia...

Eu sou da laia, da laia, do lama, da laia
Da lama, do lado de cá
Mas tô muito afim dessa dama
Eu quero o nirvana agora, já

Depois que Deus fez a terra
Esculpiu no barro os ossos de Adão
Retirou a parte mais bela
E fazendo a mulher inventou a paixão
Ao criar essa tal divisão
Fez o homem mover a engrenagem da história
Pra curar sua solidão e salvar sua Helena de Tróia

Mas se o homem é de barro
Cuidado com o andor, esse santo não pode quebrar
Já diria o provérbio de raro valor
Quem tem pressa vai devagar

Eu sou da laia, da laia, do lama
Da laia, da lama, do lado de cá
Mas tô muito afim dessa dama
Eu quero o nirvana agora, já

Fui descer ao porão da matéria
Beliscar alimento pagão
Revolver a humana miséria
Religar minha religião
Com os pés enterrados na lama
Busquei claridade na escuridão
Fiz o meu coração em pedaços
Colei os meus cacos e me sinto são

Pois se o homem é de barro
Cuidado com o andor esse santo não pode quebrar
Já diria o provérbio de raro valor
Quem tem pressa vai devagar
Eu sou da laia...

Tudo igual

Salomão

De agora em diante, nada vai ser ruim.
De agora em diante o dia vai nascer uma da tarde
As aulas começarão duas da tarde e ninguém vai chegar atrasado.
De agora em diante todo professor é legal e toda matéria interessante.
De agora em diante os amores serão todos correspondidos.
(convenhamos que eu bem podia parar por aqui
mais da metade dos problemas do mundo estaria resolvida).
De agora em dianta não há fome
Não há trição
Não há assimetria
De agora em diante não há mau humor
Não há piada sem graça
Não nenhuma comida fria, a não ser pizza no café da manhã.
De agora em diante meu despertador está quebrado.
De agora em diante o ônibus não demora.
De agora em diante não tem um mal educado sentado ao meu lado
No ônibus que não demora.
De agora em diante não chove quando estou sem guarda chuva.
Os ingressos não se esgotam antes de eu comprar o meu.
De agora em diante não tem cabeças na minha frente no cinema.
De agora em diante eu não presenciarei cenas proibidas
Para menores de 18 anos nas salas dos filmes livres.
De agora em diante as mãos que quero segurar anseiam pelas minhas.
E nem tenho mãos que quero segurar.
De agora em diante as escadas do meu colégio não têm mais de...
Três degraus por lance.
De agora em diante pessoas bonitas, inteligentes e simpáticas não pisam nas outras.
De agora em diante só se fala mal pelas costas de quem não se elogia pela frente.
De agora em diante, o metrô estará sempre vazio.
De agora em diante não haverá poças para os carros passarem por cima
Jogando água nos pedestres.
De agora em diante todo mundo que está lavando calçada vai perceber quando eu passar
E vai desviar a água.
De agora em diante toda vez que eu acreditar em alguma coisa, a coisa é.
De agora em diante tudo que quisermos é nosso e tudo o que não quisermos ficará longe.
A porta da rua é serventia da casa.
De agora em diante gente burra vai sentir dor cada vez que abrir a boca.
E gente inteligente vai aprender a só falar quando necessário.
De agora em diante tudo vai ser igual, mas eu vou ver diferente.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Me leva, me leva!

Me olha de lado, estranha fagueira, tal qual fogueira vermelha pimenta.

Pimenta vermelha que arde que dói, mas que dá prazer e ajuda na vida.

Menina pimenta, boca vermelha, menina fogueira, menina e que cor.

Que cor pele branca, que boca bordeaux, que cor que vontade de beijo.

Pimenta, pimenta, vermelha quase paixão do desejo.

Pimenta do doce ardido do beijo roubado,

Pimenta vermelha do vermelho do olho apaixonado,

Pimenta do engano do belo pelo encanto errado,

Pimenta do que eu quase agarro, quase beijo, quase erro, quase quero.

E quero tanto que arde e queima.

Ah pimenta, pimenta. Não seja assim tão vermelhamente bela.

Você me engana, você me agarra e afasta.

Não seja assim tão pouco clara.

Não desperta assim o fogo dos apaixonados.

Me deixa não ser errado,

Ou me queima, e me leva de vez ao erro.

Me leva de vez ao inferno,

Ao inferno lindo de quem escolhe a vida.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Flor de Pedra

E a impressão é a de que me perco de repente. Longe de mais do que eu conheço de mim mesmo. Não sei voltar, não consigo, mas não sei também se existe estrada seguindo em frente. Como disse meu pai que eu corria o risco. O que tinha eu de mim mesmo foi quebrado, mas não me deram nenhuma bengala nova para me apoiar. Não me deram crença nova para seguir nem musa nova para me apaixonar.

Deram-me a opção confusa de uma musa linda atrás de um vidro fosco, através do qual eu pouco enxergo e nada distingo com certeza.

Me tiraram os cavalos que me levavam pelos campos e me deram fogo para andar e um leão que por sobre eles flutuasse, mas sua crina é rápida de mais para minhas mãos e seus movimentos imprecisos de mais para meu olhar. Não sei captar as cores do fogo.

Depois de todo um deserto atravessado, a primeira árvore que encontro tem só flores de pedra, refletoras de luz, secas e fortes, que mostram só o que desejam e que não podem ser abertas, se o forem o que escorre arde de mais e brilha muito para meus olhos, então o botão em pedra se reduz, para que eu não o perceba com certeza, mas exala seu perfume de flor para que eu não deixe de ter impressão de sua presença.

Confuso não sei se tento, se ouso, se indico que quero, é medo. Não consigo dizer mais do que o dito por mim naturalmente, e o dito por mim naturalmente não é o que naturalmente te satisfaz os nervos e a vontade. A sede que rasga e fere, que arde e ri.

Fala pra mim, agora, sem pensar, o que faço e para onde ando, que são teus movimentos, leão, que não entendo e que é que esconde sob as pétalas fechadas de pedra? Quero sim o perfume que sinto, mas quero também o que esconde, o que confunde e aquilo de que não posso saber nem ter certeza.

domingo, 13 de julho de 2008

Olhando pelas lentes da Luz

NÃO QUERO, POR O QUE VAI ABAIXO, NENHUMA OPINIÃO SOBRE O QUE DEVO FAZER, NEM SOBRE COMO DEVO ME PORTAR. NÃO ESTOU COM PENA DE MIM E ISSO É IMPORTANTE SABER. SOU FELIZ E GOSTO DE VIVER COMO VIVO, SINCERAMENTE.
E MENOS QUERO QUE ACHEM QUE SOU SUPERIOR À QUALQUER UM POR QUALQUER RAZÃO, ESTOU APRENDENDO COMO TODOS NÓS, SE FUI COM MAIS SEDE AO POTE, É PORQUE GOSTO E ME FAZ FELIZ, E É SÓ.

Sinto, por vezes, necessidade de ter perto de mim os amigos que tenho. Sinto que quero tê-los perto porque, poxa, eu sempre estou lá quando eles precisam. Quero poder ligar e dizer qualquer coisa, quero ter perto as pessoas que me têm perto entende?

Às vezes penso “poxa, quando eles têm problemas u sou o primeiro a querer ouvir e ajudar. Sou o primeiro a ser Amigo e elogiado, querido. Mas quando não têm problemas, eu fico, e fico, e fico, até o próximo problema surgir”. É bem verdade que se eu os procuro são gentis e fazem me ouvir. Se eu desejo muito vê-los ou digo que tenho saudades, eles correspondem (ou ao menos assim parece pelas suas palavras) e dizem também ter saudade e se colocam à disposição para me verem e serem vistos assim que, em comum, tivermos um momento.

Mas o momento quase nunca acontece. Todo mundo ama um dia, todo mundo chora, um dia a gente chega, no outro vai embora. Eu nunca me acostumo com ir embora, eu não me acostumo com o fato de meus amigos precisarem de mim e eu estar lá para eles e eles estarem lá se eu preciso deles, mas se não nos precisamos é como se não existíssemos.

Mas faz tão triste ter que trabalhar para que uma relação de Amizade exista. Não pode ser assim. Amizade tem que existir sem trabalho, sem necessidade do correr atrás que os amantes têm. Na Amizade tem que acontecer tudo com tranqüilidade, temos sim que estar dispostos ao trabalho de ajudar o amigo sempre que este precisar, mas não podemos ter de ter trabalho para fazer algum elo existir entre nós e os amigos.

Amizade não é Paixão, no máximo um tipo diferente de Amor. Mas se tem nome diferente, é porque é diferente em essência.

Então me lembro que, na verdade, o certo é mesmo eu existir para ajudar as pessoas, não interessando muito se são amigos ou não. Sempre me esqueço. Sempre que não leio o bendito poema de Kipling, esqueço (poema SE). Tenho de lembrar com mais freqüência de que aqueles que Conhecem não podem ter o egoísmo de exigir amigos do mundo. Não podem ter o egolatrismo de achar que estão fazendo muito correndo atrás de um amigo. Não devem correr atrás. Devem sim, antes, estar sempre lá e se fazerem sentir para que ninguém se sinta desabrigado.

Há que se estar embriagado em paz para poder ser assim, não é fácil e é por isso que eu por vezes desisto. É pela gigantesca dificuldade de ser assim que por vezes fico um bom tanto triste e acho que estou recebendo muito menos do que mereço.

Esqueço que a graça das roseiras tem de estar em cultivá-las e não em admirar as rosas. Quando há rosas, as roseiras não necessitam mais de mim. É hora de agradecer em silêncio, sair de cena e deixar as cortinas abertas, caso alguém deseje subir ao palco.

E ainda aprenderei que cuidar de roseiras não pode ser colher rosas.

Se podes encarar com indiferença igual
O triunfo e a derrota, eternos impostores...
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo o amor dos teus amores,

[...]

Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre...
Se vivendo entre os reis, conservas a humildade...
Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti à luz da eternidade...

Se quem conta contigo encontra mais que a conta...
Se podes empregar os sessenta segundos
Do minuto que passa em obra de tal monta
Que o minuto se espraie em séculos fecundos, [...]”

Cuidar de Roseiras


“Quem pode, faz. Quem não pode, ensina”.

Li esta frase faz pouco tempo em algum site de citações. Procurando o autor, não encontrei. Se souber me diga depois.

Mas me fez pensar... Principalmente me fez pensar porque eu quero viver de ensinar. Será que eu não sou um dos que podem? Será que eu fui feito para ensinar como se faz e esperar que façam?

Será que eu sou para plantar e cuidar das roseiras, e então ir embora e não ver as rosas nascerem?

Será que eu sou para ajudar pessoas e não esperar nada em troca?

Será que eu sou para construir relacionamentos alheios e ser feliz com eles?

Será que eu sou para não poder e sou para que os outros possam?

SIM, Graças a Deus SIM!

Que eu possa ensinar sempre, que eu sempre possa cuidar das roseiras.

Que eu possa sempre cuidar das roseiras.

Que eu possa sempre cuidar das roseiras!

Ainda que cuidar de roseiras, não seja colher rosas.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Descrição

Olhei e era um céu cinza, um pássaro marrom, um sol com pouco brilho e uma árvore verde como uma margarida sem pétalas. Era água escura, ar cinzento, frio. Era uma senhora curva e de cabelos grisalhos em silêncio subindo uma ladeira e uma criança pobre que foi a ela pedir uma moeda. A senhora deu a moeda. Mais tarde era a criança com a mãe a puxando pelo braço esquerdo. A mãe com roupas de um vermelho quase pálido e um cinza quase negro e morto.

Quando olhei bem era um cachorro vira-lata manchado de cinza e branco. Era seu dono e ele. Ele comia.

Quando olhei com bastante atenção era um pôr de Sol bonito que se veria, não fosse o prédio que me impedia de ver o ator principal da cena. Era um conjunto de nuvens mal iluminadas que conferia toda a beleza daquele fim de tarde, e um arco-íris medroso que não tinha coragem suficiente pra se mostrar com esplendor nem dignidade suficiente para existir sem mostrar-se. Se colocava tímido, o arco íris por entre as gotas de chuva e os poucos raios de Sol. Pobre arco íris ao qual Deus esqueceu de impingir saturação. Saturação é a cor das coisas em linguagem técnica de edição de imagem.

Quando firmei os olhos num ponto do céu porque tive a certeza de que lá aparecera uma estrela, não havia mais estrela porque aquela havia se movido e eu ouvi um trovão. Um barulho, na verdade, que não era trovão. Era a estrela que se moveu que na verdade era estrela cadente. Caiu o avião sobre um conjunto de casas e algumas dezenas de pessoas morreram.

A fumaça, como as casas atingidas, era cinza. A morte, como o amor temido, era cinza. A criança carbonizada, como a grávida por estupro, era cinza. A parede, como a roupa de baixo da noiva, não era mais branca, nem vermelha. Era cinza. E nem o sangue da noiva era mais vermelho, como a roupa de baixo do noivo. Era cinza.

Olhando mais certeiro para um pequeno casebre que não fora atingido pela estrela brilhante e cadente, vi a decadente estrela. Uma moça de seus 19 anos, feia. Cabelos desgrenhados, uma blusa justa de mais para seu corpo fora de forma e um olhar lascivo de mais para seu rosto protuberante de marcas. Um sorriso lascivo que não faria jus ao mais esquecido dos homens. Um sorriso que desviaria o olhar do mais bondoso dos santos.

Não quis continuar olhando a imagem deforme do insucesso, do asco e da lascívia desenfreada. E comecei a mirar uma pomba.

Não era uma pomba branca como poucas vezes acontece na Grande Cidade. Muito menos era um corvo urbano. Era uma dessas que comem os restos de arroz dos empregados que deixam a marmita aberta nas praças. Era uma pomba cinza e simples.

Acompanhei o vôo da pomba que acabou por ter seu fim na beirada de um chafariz que, quando foi feito, devia ser muito bonito. Mas que perdeu seu encano com o tempo. A chuva ácida das cidades e a obra dos vândalos pobres das ruas terminaram com a forma original da construção que hoje, de um anjo cuspidor de água que era, tornara-se um bloco de cimento antropomórfico com um buraco pelo qual saia uma pequena quantidade de qualquer coisa esverdeada. Uma fonte velha. A pomba não sabia do anjo e nem o que significava antropomórfico, e por isso permaneceu na beirada imunda da fonte fazendo algo que eu interpretei como uma grande habilidade de se sujar com muito trabalho. E que ela interpretou como banho.

Perto da fonte e da pomba havia uma menina que pedia moedas para os transeuntes apressados. Ela era forte, mas sua imagem de fraca dava pena. Era pequena com seus nove anos e dormia ao lado da fonte todas as noites. Deixava seu cabelo de um castanho claro preso atrás da cabeça de noite e de dia, com a ilusão de que isso a deixava menos asquerosa, talvez até menos suja.

A garota percebia que os passantes às vezes davam moedas, por puro hábito, mas que não olhavam para ela. E algo dizia a mim que ela trocaria as moedas por um olhar. Mas que olhar, se não o meu de mero examinador, aquela menina pobre e feia conseguiria? Talvez o de algum bem-feitor que insistiria para que ela deixasse as ruas e fosse para uma escola, aprender a ler e a escrever. Mas a garota não precisava ler, nem escrever.

A pequena moça não sabia o que vinha escrito nos pacotes de balas que algumas vezes por semana (quando sobrava dinheiro para o investimento inicial) colocava nos espelhos dos carros que estavam sempre de vidros fechados mas, às vezes, abriam um pouquinho para pegar a bala e jogar sempre a mesma moeda, um real.

A menina usava o dinheiro sempre da mesma maneira. Comprava um sanduíche no meio da tarde e comia sentada na calçada, perto da fonte. As migalhas ficavam para as pombas que estavam tão acostumadas à imundice da garota e do local, que comiam as migalhas do chão sujo mesmo.

Perto dali uma outra criança mais ou menos da mesma idade soltava um barquinho de papel na corrente d’água corria entre a guia e a rua. O barquinho andava pouco, às vezes entalava numa pilha de galhos e restos de folhas não varridas. Muitas das vezes também o barquinho era invadido pela sujeira d’água e afundava, a criança era paciente, fazia outro barquinho e colocava na água, com a esperança de que ele chegaria, seco, ainda parecendo um barquinho e ainda sendo de papel, no bueiro.

Ao fim daquela tarde houve uma enchente no mesmo local e o menino, inchado de água e com hematomas pelas batidas que deu contra objetos carregados pela corrente, flutuou morto até o córrego mais próximo.

Veio a noite.

Clima de medo no Pena de Vidro!

Aqui no Brasil a coisa ta chegando de leve, só tem uma leizinha até agora que diz que eu não posso chamar o LU*A de Filho da Pátria aqui. Não posso dizer que a Mar*a é a sexóloga que fud* São Paulo, nem que o Alck*in é o picolé de xuxú mais gostoso da região Sudeste...

Mas tudo bem, ainda tá leve. Como eu disse no post anterior, não posso falar muito alto sobre o Holoconto, mas também tudo bem.

Queria chegar aqui se você lê inglês.


E no resuminho abaixo se você não lê, afinal em português a gente só tem resumo mesmo.
VOCÊ PODE SER PRESO POR POSTAR EM BLOGS.
DESDE 2003, 64 PESSOAS FORAM PRESAS POR BLOGAR.
O NÚMERO DE BLOGUEIROS PRESOS EM 2007 FOI 3X MAIOR QUE EM 2006...

SE CONTINUAR ASSIM ESSE ANO EU SOU ARRASTADO... (do inglês: arrested)

como disseram uma vez nomaravilhoso filme preto e branco moderno:
Good night, and good luck.

Não direi nada.

Sobre este assunto nunca disse nada
Não estou dizendo nada.
À parte disso, tenho em mim toda a vergonha do mundo.

FOLHA ONLINE:

O banqueiro (Dani Anta tá gente?) disse que é inocente e classificou como "superficiais" as evidências reunidas contra ele no processo. "São acusações totalmente infundadas. Estou convicto de minha inocência", declarou.
[...]
Dantas foi solto por decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, que concedeu habeas corpus por considerar sua prisão "desnecessária". Cerca de 10 horas depois, a Justiça Federal em São Paulo decretou nova prisão do banqueiro, desta vez preventiva, por corrupção ativa.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O Fato é que Holocausto Vende

Tenho que tomar um pouco de cuidado, posso ser preso por este post. No mínimo meu blog será retirado do ar, se isso chegar às mãos da Mídia. (O M maiúsculo se refere à Indústria da Mídia, aquela que segue padrões pré-estabelecidos por algum Big Brother que eu não sei quem é).
Parece brincadeira, mas existe uma lei em vários países do mundo (não sei ainda se rola no Brasil, mas já tentaram fazer rolar) que PROIBE qualquer um de ser a favor do revisionismo e duvidar da existência ou da importância do Holocausto.

Há exagero dos dois lados da história. Os extermicionistas (denominação sarcástica dos que apoiam a idéia de que houve holocausto exatamente como está no livro de história do colégio) dizem que 6.000.000 de judeus foram mortos, que houve muitos campos de concentração, que Hitler era um demoniozinho travestido de gente, frustrado porque não entrou na escola de arte e completamente pirado ou cruel.
Já os revisionistas (os que negam o holocausto) dizem que morreram NO MÁXIMO 1.500.000 judeus, que o que chamam de campos de concentração é uma completa e (isso parece verdade) inexplicável farsa, que Hitler foi o cara que conseguiu levantar a nação e fazer a população viver ligeiramente melhor. Segundo os revisionistas, o Holocáusto (ou HOLOCONTO) é a mentira do século. (Para mim a mentira do século é aquela brincadeira do "grande salto para a humanidade", sabe?).

O ponto que quero abordar aqui não é a veracidade de qualquer uma das duas versões, embora eu tenha fortes tendências à acreditar mais, bem mais, nos revisionistas. Não tenho base histórica e isso acontee por um motivo bobo, concordo com os revisionistas porque eles têm mais fundamento e citam mais fontes que meu livro de História!

O ponto que quero abordar aqui é HOLOCAUSTO VENDE.
Todo ano são lançadas Coleções, Revistas, Jornais, DVDs, Séries de Televisão e o pênis elevado à quarta potência (o caralho à quatro) sobre nazismo. E o que surpreende é que, apesar de todos os documentários mostrarem basicamente um rapaz de bigodinho com o braço esticado e umas pilhas de bonecos (ou cadáveres) esqueléticos em buracos, todas as coleções vendem!
É hora de começarmos a pensar...

Muito mais gente, mas muito mais gente mesmo, morre de fome na África hoje. Já que é pra se preocupar om o que acontece na PQP, nos preocupemos com uma PQP atual.
Sabe o que é divertido de lamentar o Holoconto? Ninguém mais pode fazer nada, é só reclamar mesmo, pode se fazer isso do sofá de casa, comento amendoins torrados.
Um povo morre na guerra do Iraque, uma turma por ditaduras pelo mundo, tudo nas PQPs.

E tem até uns morrendo aqui pertinho dentro das nossas fronteiras!
Sabe porque ninguém fica sabendo? Porque não há uma indústria interessada em divulgar.
Não há um dos povos mais ricos do mundo querendo publicidade sobre isso, como há sobre uma desgraça que, se existiu, foi parcialmente.

É... Holocausto vende...
Procure saber mais, há bastante coisa na internet.
Mas não esquece de quem tá morrendo perto de você ok?
De uma próxima vez, prometo citar números e fontes, mas está tudo nos primeiros resultados do Google para "farsa holocausto".

Até menos, se isso aqui continuar no ar.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Da Hipocisia Vegetariana

Como carne, mato por tabela várias galinhas, so sorry baby!
Como carne, mato por tabela vários peixes, so sorr baby!
Mas evito açúcar, não uso grandes marcas, não mato gente não...


Fico pensando cá comigo desses vegetarianos, dessas folinhas penduradas nas fotos, desses livros sobre abóboras e dessas pessoas que afirmam categoricamente que a carne é fraca.

(estou ouvindo Minha História na voz de Oswaldo Montenegro.. é tão lindo que eu to até ficando mais calmo... droga... vou melhorar! )

Esse povo só não come carne né?
Mente, briga, fofoca, idiotece (verbo relativo ao ato de agir de maneira idiota, neologismo meu)...
É mais negócio um bifinho e parar de mentir, de brigar, de fofocar, de idiotecer...
Mas é mais fácil cortar a carne.

E comem açúcar... Desculpa gente, eu como pouquinho, mas fico até triste...
Sabe, tem gente morrendo por um café um pouco mais doce no fim do seu dia!
Tem gente morrendo pelo teu pedaço de torta de limão!
Tem gente morrendo por metade do que você engole...

Tadinho do peixe né?
Caldo de carne também... é outro pecado.

"que contradição... só a guerra faz... nosso amor em paz..."

terça-feira, 8 de julho de 2008

PROCURA-SE BESTAS QUADRADAS.

A RECOMPENSA É ASSISTIR À EXECUÇÃO

ESTOU CANSADO DE GENTE IDIOTA
GENTE QUE NÃO SABE VER!
GENTE QUE SE DIZ ARTISTA
MAS ARTE NÃO QUER CONHECER
TO CANSADO DE GENTE QUE ACHA
QUE O NORMAL É SEMPRE MELHOR
E NÃO QUERO MAIS VER NA FRENTE
QUEM CRITICA QUEM LHE É MAIOR
PRA MIM CHEGA DE GENTE IDIOTA
RENUNCIO AOS IMBECIS
NÃO QUERO MAIS NEM SABER
DESSES POVOS DOS MEUS BRASIS.
NÃO SOU ACESSÍVEL. PONTO.
NÃO FAÇO QUESTÃO DE SER COMPREENDIDO
NÃO QUERO QUE BURROS ME ENTENDAM
O QUE ESCREVO É FORTE DE MAIS
E PERIGOSO DE MAIS NAS MÃOS DE IDIOTAS
EU ESCREVO A VERDADE. LER É PODER.
JÁ QUE TODOS DESVENDAM AS LETRAS
NÃO OS DEIXAREI DESVENDAR AS PALAVRAS E FRASES
ESCONDEREM COISAS QUE SÓ OS QUE MERECEM ENCONTRARÃO
MINHA PENA PODE SALVAR O MUNDO,
NÃO É QUALQUER IDIOTA QUE VAI ASSISTIR DE CAMAROTE
MINHA ARTE NÃO ESTÁ NAS ESTANTES PARA VENDER!
NÃO SOU ACESSÍVEL, SOU MESTRE NAS PALAVRAS.
NÃO É PARA TODO MUNDO ENTENDER,
NEM PARA TODO MUNDO GOSTAR (MENOS AINDA)
É PARA A MAIOR PARTE, NA VERDADE,
EVITAR, REPUDIAR E NEGAR.
AÍ ESTÁ O MEU SUCESSO.
EM NÃO SER ACESSÍVEL.
EM NÃO SER IDIOTA.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

"There is no sin except stupidity"...

Wilde era um gênio né?! Fala sério!
Não, não fala não, deixa que de fala eu já ouvi muito por hoje.

Li outra frase interessante hoje, essa do
Frank Lloyd Wright:

I'm all in favor of keeping dangerous weapons out of the hands of fools. Let's start with typewriters.

Também sou a favor de que burrice seja crime, com pena prevista.
Não é assim que funciona quando alguém agride a gente?
Meu bom Deuzinho... eu sou um bom menino!
Não mereço tanta gente idiota!

Aí me dizem que sou muito metido, para ser mais modesto...
Eu sou HONESTO, já basta!

Esse povo não lê, não sabe.

E se dá ao direito de querer o mais simples...
AH! Por que é que todos têm direito à leitura!
É poder de mais nas mãos de quem não merece!
Se letra fosse moeda, ia ter gente rica à toa!
Sa-ca-na-gem.

Como diz o vídeo, ler devia ser proibido!
Tem gente que simplesmente não merece!

Me calo (sabendo que o correto é calo-me) e deixo o mundo caminhar.
Tomara que não apareça nenhuma placa no caminho do mundo.
Ele não sabe ler.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Opinião. (Salomão)


Acho que o mundo não é pequeno.

Acho que ele agüenta nossas encrencas.

Acho que gente chata se reproduz com mais facilidade.

Acho que a fila do bom-senso no céu tá triste,

Poucos têm coragem de enfrentar.

Acho que macarrão é bom, mas sem molho fica seco.

Acho que pizza fria é uma delícia, menos de salada.

Pizza de salada, como diz uma amiga, não rola.

Acho que morango com chocolate é bom

E só me lembra momentos agradabilíssimos.

Acho que açúcar mata,

Mas um pouquinho só tira uns minutos de vida.

E às vezes eu renuncio a estes de boa vontade.

Acho que torta de limão é perfeito.

E que se tiver um amigo junto fica mais gostoso.

Acho que Sol de mais é terrível.

Adoro a sombra que não faz minha cabeça doer.

Acho que os livros deviam ser bem mais baratos,

Se não sempre vou andar mal vestido.

Acho que os livros deviam ser mais legais.

Nem todo mundo tem que amar a coisa como eu amo,

E enfrentar os autores como eu enfrento.

Acho que tem gente que merece uma voz

Vezes mais forte que a minha.

E acho que nunca sou doce de mais,

Embora por vezes eu seja muito amargo,

Ou muito insosso.

Acho que preciso gritar mais,

Ao mesmo tempo em que preciso urgentemente

Aprender a fazer mais silêncio.

Acho que amo meus amigos como eles merecem

E é absolutamente recíproco.

Acho que todos os signos são perfeitos.

Leão manda e brilha, Virgem obedece e analisa,

Gêmeos não se decide, Áries ferve, Aquário sonha,

Peixes sofre e vive, Touro suporta e grita,

Capricórnio insiste, Sagitário pisa,

Câncer sente, Escorpião ameaça,

Libra vê se vale a pena, todos tentam, todos são.

Acho, no fim, que vai ficar sempre tudo bem,

Sempre tudo bem.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Todos.

Esses dias estava olhando os comentários das fotos do orkut e ví um muito interessante (não é interessante, mas se você pensar bem, ele se torna). Uma amiga havia comentado que Vivekananda com seu turbante tinha, na verdade, acabado de lavar os cabelos, estava secando (o comentário ainda está lá). Me fez escrever isso aí em baixo... Não é o máximo, mas achei tão verdade...

Todos são bobos e dão risada

Risada a toa do que não devia

Todos nascem pelados e roxos

Todo mundo quer companhia

Todos vão ao banheiro

Fazem números e tomam banhos

Todos se acham normais

Todos são muito estranhos.

Todos pensam coisas

Que nunca deviam pensar

Todos erram nas coisas

Que mais queriam acertar

Todos são simples e bobos

E nada curiosos, na verdade

Todos estão simplesmente

Na busca da felicidade

Todos, é simples assim,

Querem um amor e um amigo

Todos querem o novo

Mas continuam no antigo

Todos têm vícios e mágoas

Todos tem raivas e medos

Todos têm os seus dias

De estar cheio de dedos.

Todos querem é folga

Um pouco de tranqüilidade

Todos querem paixões

E se apegam às amizades

Todos se trancam no quarto

Todos choram um dia

Todos no fim errados

Riem tontos de alegria

E todos são só humanos

Todos simples e normais

Só que alguns somem no mundo

Enquanto outros aparecem mais.